quarta-feira, 25 de julho de 2012

Arlan

Um continho que fiz mês passado...

ARLAN

"...enfim, estas coisas maravilhosas que somente existem na imaginação e nas histórias infantis..."
Fiorella sorria sempre que lia conclusões deste tipo nos livros...
Era ela uma menina que lia bastante e com prazer, mas também Fiorella dava um bom trabalho a seus pais com
seu hábito de passear sozinha pelos campos da propriedade.

Eles lhe enchiam de livros, a biblioteca estava abarrotada de livros infantis, de livros para pintar, de livros para ensinar... Na intenção de que ela esquecesse seus passeios misteriosos pelo jardim. A menina gostava, claro, era bastante imaginativa e ela também escrevia historinhas, como ela chamava.

Fiorella explicava que ela escrevia as histórias que seu amigo Arlan lhe contava. E aí residia a preocupação de seus pais...
Ninguém nunca vira Arlan e a menina se recusava a descrevê-lo, apenas dizia que era um ser fantástico.
E que eles eram amigos a muitas centenas de anos.

......


O céu estava de um azul lindo, com algumas nuvens passeando calmamente por ele. A grama orvalhada e brilhando à luz do sol que nascia... Era um chamado irresistível para Fiorella que pulava da cama e saía a passear antes mesmo de tomar o café da manhã.

A cada dia ele estava num local diferente, a menina adorava isto, adorava surpresas! Arlan era lindo e brilhava de uma maneira única, especialmente acima da cabeça...
Fiorella correu até ele, abraçando seu pescoço e acarinhando seu pêlo lustroso.
- Bom dia, amigo! Vamos bater uma corrida!
E os dois corriam até um ponto qualquer escolhido pela menina, Arlan fingia correr, pois, obviamente, com quatro patas chegaria velozmente ao local indicado... Eles chegavam quase juntos, às vezes ele deixava que Fiorella ganhasse a corrida.

Então, eles sentavam e conversavam, Arlan contava suas adoráveis histórias sobre mundos e criaturas completamente diferentes do que se conhecia por aí... O tempo passava depressa e quando Arlan levantava-se, era hora de ir embora.
A menina o abraçava e despedia-se com promessas de :"Amanhã eu volto!".
Fiorella sem tirar os olhos do amigo, dava três passos para trás e ele desaparecia...

- Fiore! Fiore! Minha filha, onde você estava! Ainda morro de preocupação!
A mãe exclamava sempre que a filha reaparecia no meio da paisagem, magicamente, assim como havia desaparecido horas antes.
- Tudo bem, mamá! Eu estava bem aqui, vocês não me viram?
A menina abraçava a todos que passaram quase que a manhã toda lhe procurando pelos campos, e seguia saltitante para casa, louca de fome e imaginando o delicioso sabor dos pãezinhos doces que sua mãe sempre fazia para o café.

.......


Passou-se um tempinho e Fiorella adolesceu, foi estudar numa escola distante de casa e a mocinha ficou sem tempo para seus passeios com Arlan... Muitas vezes, cedinho, antes de sair para a escola, ela olhava para os campos, com saudades de seu amigo e nas férias ela andava por lá, mas ele nunca mais apareceu. Fiorella acreditou que ele esquecera-se dela.
Algumas vezes, a moça largava os livros e relia todas as historinhas que ela escrevera quando criança, as historinhas que Arlan contava. A leitura lhe fazia bem.


Fiorella fez faculdade de Biologia e começou a trabalhar no Centro de Ciências Naturais. A moça tinha muita afinidade com animais e ali ela sentia-se perfeitamente à vontade. Especialmente com as corças, Fiorella travou uma grande amizade... Conversava com elas, enquanto trabalhava e também nas horas de folga. Este convívio era importante para ela e este mundo adulto a absorvia completamente em felicidade.
Certa noite ela sonhou com Arlan. Ele estava no campo e, de longe, ela ouviu-o dizer:
- Estou com saudades, minha amiga. Logo estarei chegando para lhe ver.


A moça acordou sobressaltada. Seria possível que seu amigo não a esquecera? E poderia ele aproximar-se dela, novamente? Ela não morava mais no campo. Fiorella levantou-se para tomar um copo d'água, o telefone tocou.
- Fiore, você pediu para lhe avisar quando a corça entrasse em trabalho de parto. É pra hoje!
Fiorella passou o resto da noite ao lado do veterinário do Centro de Ciências, acompanhando as dores da mamãe corça. A moça conversava com o animal, tranquilizando-a.


Nasceu um filhote lindo e forte e logo em seguida outro... Gêmeos... Mas, o coração de Fiorella quase lhe saiu pela boca, ao ver o segundo filhotinho. Ele olhava gentilmente para ela, possuía apenas um chifrezinho no alto da cabeça que por um instante, brilhou vivamente:
- Arlan...

Anorkinda





segunda-feira, 23 de julho de 2012

Tony Ramos

Sou fã, de carteirinha. E gosto de tudo o que ele faz e tenho dito!


 


 E pra recordar...





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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Westlife - Footloose

Voltando ao blog com estes guris de quem gosto muito e esta música que embalou minha adolescência! \o/

   


 É pra dançar! 

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sábado, 7 de abril de 2012

Mensagem dos anjos



SABEDORIA DOS ANJOS com Sharon Taphorn
26 de Março de 2012
RITMOS
 
Encontre os ritmos.

Cada pessoa, projeto e coisa têm o seu próprio ritmo. O ritmo de um ser humano flutua ao longo do dia, dependendo do que ele esteja fazendo e sentindo. Quando você está no ritmo com os seus pensamentos e sentimentos e com o que está fazendo, parece com a energia do lar e você ama estar nesta vibração.

A Orientação dos Anjos é que busque o ritmo do seu dia. Reserve um momento, silencie a sua mente e abra o seu coração. Sinta o seu ritmo natural, sinta o ritmo da Terra e os funda. Peça para sentir o ritmo do seu dia à frente e planeje conscientemente que você se igualará vibracionalmente com ele. Se estiver se sentindo fora do ritmo, tenha um momento para encontrar o seu espaço novamente.

Compreender a energia dos seus planos, projetos e de sua vida, ajuda-o a encontrar o equilíbrio, a harmonia e a alegria no que você estiver fazendo. Isto faz com que as coisas aconteçam mais rapidamente e libera o seu tempo e energia para perseguir as suas paixões.
Afirmação: “Eu encontro a pulsação e o ritmo em tudo o que eu faço.”

Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos





SABEDORIA DOS ANJOS com Sharon Taphorn
27 de Março de 2012.
DISCERNIMENTO

Significa sentir o que é certo.

Confie no que você sente. A Orientação dos Anjos é que observe mais profundamente todos os relacionamentos, pessoas e situações em sua vida agora e responda aos seus sentimentos internos. Sentimentos que vêm de dentro do seu ser. A voz tranqüila em seu interior que diz: “Não faça isto”, ou “Não vá lá”, ou “Siga esta pena e veja onde ela irá cair”, ou talvez, até: “Diga Olá e sorria para aquela pessoa.” Estes são sussurros do seu ser interno, seu eu espiritual, que está sempre conectado ao seu eu físico. Enquanto você observa mais atentamente os seus relacionamentos, veja o amor que está por trás de todos eles. Permita que o amor seja o seu guia.

Use o discernimento em tudo o que você faz. Tire a dádiva de tudo o que você faz, leia e veja diante de você. Se estiver lendo ou ouvindo algo que não pareça certo, envie-lhe amor. Se parecer completamente errado para você, sorria educadamente e se desculpe pela situação. Se não puder se afastar, tome algumas respirações profundas, sinta-se cercado de amor e apenas esteja no momento. Absorva somente aquilo que ressoe com você neste momento, e libere o resto. É possível ajudar os outros em níveis que não fazem parte de sua jornada.

Afirmação: “Eu confio e estou sintonizado com a minha orientação interior em todos os momentos.”
Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos




SABEDORIA DOS ANJOS com Sharon Taphorn
28 de Março de 2012.
PRECES ATENDIDAS

Nós ouvimos as suas preces, querido.

Os Anjos estão trabalhando nos bastidores para ajudá-lo, ainda que não veja os resultados desta ação. Saiba e confie que ouvimos as suas preces e estamos trabalhando ao seu lado, criando para você e com você, para realizar os seus desejos. Preste atenção aos sinais que lhe enviamos.

Talvez receba um sentimento intuitivo ou uma nova oportunidade apareça – ou um livro caia da prateleira. Os Anjos atendem frequentemente as suas preces, dando idéias ou informações.

A Sabedoria dos Anjos lembra que será mais fácil ouvir e receber as nossas mensagens se você sonhar com regularidade. Relaxe e abra a sua mente para receber, sem direcionar os seus pensamentos. Apenas observe quaisquer sentimentos, visões ou idéias, como se você estivesse assistindo a um filme. Sinta a sua essência e desfrute da experiência, pois isto envia ondas de energia positiva e atrai os seus desejos de volta para você mais rapidamente. Entretanto, não deixe que os pensamentos negativos bloqueiem a vibração positiva que você está enviando.

Afirmação: “Eu envolvo em energia positiva tudo o que eu desejo.”

Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos





SABEDORIA DOS ANJOS com Sharon Taphorn
29 de Março de 2012.


TEMPO LIVRE

Tire um tempo para si mesmo.

É importante honrar os seus ciclos e emoções e se você esteve se sentindo um pouco oprimido, é o momento perfeito para fazer uma pausa em sua vida. Ainda que seja apenas por uns momentos. Dê um passeio no parque e observe os sinais da primavera ou do outono surgindo a sua volta. Cada dia muda, assim como as estações do ano. Veja a beleza a cada novo dia.

Ter um tempo para se honrar, é uma parte importante de sua evolução. Para ser útil aos outros, é importante que todas as suas reservas estejam cheias. Passe um dia em um SPA, vá nadar, faça uma caminhada, ou aquilo que lhe traga alegria e felicidade: reserve algum tempo para isto hoje. E faça disto uma parte regular de sua prática espiritual. Sua recompensa será uma nova visão e idéias, rejuvenescimento e equilíbrio.

Afirmação: “Eu me honro a cada dia”.

Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos
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SABEDORIA DOS ANJOS com Sharon Taphorn
30 de Março de 2012.
AMIZADE

Crie uma data para se divertir.

Faça alguns amigos novos, passe algum tempo com um velho amigo. Participe de um jogo no parque, passe algum tempo na natureza e apenas seja você mesmo. Algumas vezes, durantes as suas buscas espirituais, as suas amizades mudam. Reserve um tempo para estar com pessoas que você ama.

Este é o momento perfeito para concentrar a sua energia no que você quer criar agora. Defina a sua intenção e prioridades e mantenha o seu foco. Sempre que você fizer algo que lhe traga alegria, reserve um momento para pensar em como será o cenário e acrescente a essência da alegria no que deseja. Então, preste atenção às sincronicidades em seu caminho e as reconheça como a mão do espírito. Agradeça, espere que mais e mais apareçam para guiar o caminho.
Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos

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domingo, 1 de abril de 2012

No trem da poesia...

Eu quis trazer este conto que eu fiz a partir de uma proposta dos guris da comunidade Conceito, de fazer um conto em capítulos e ir postando aos poucos ao longo de algumas semanas.
Bem.. pra mim isto foi um desafio, pois eu costumo criar uma história instantaneamente, a única vez em que fiquei um mês com a  história se desenvolvendo aos poucos, foi quando fiz o Livro de Nora.
E, como era de se esperar, neste conto em capítulos, os personagens se impuseram no enredo.
Eu queria contar um período divertido que passei na comunidade Com que verso eu vou?... Mas e cadê que os personagens se contentaram em narrar fatos acontecidos, mesmo que virtuais? Que nada... Eles me mostraram as suas realidades e eu tenho nenhuma participação com o desenrolar dela.
Pronto. Devidamente esquivada de críticas... vamos ao conto! ^^


A proposta de uma viagem de trem nada convencional... Um sarau em trilhos de ferro, animação e poesia, música e festa. Personagens desenrolam suas tramas, pelo cenário sempre em mudança. O destino? Seguir sempre. Aos poetas passageiros não lhes interessa o desembarque, mas apreciar a paisagem...
E um divertido romance surpreendeu e agitou aquele expresso!


Capítulo Um - Bilhete de embarque

Loiríssimamente animada, a mentora do projeto se fazia a própria Inspiração Poesia, enquanto preparava o evento. O Expresso que reunia poetas de todo país era um sarau viajante organizado pela esfuziante Carminha Dias, a dinâmica consistia em elaborar, ler e/ou recitar poemas num clima de festa.
Desfilavam comes e bebes e elegantes personagens do mundo literário, escritores e compositores faziam-se presentes seja fisicamente ou em textos e canções.
Carminha não tinha sossego e seu entusiasmo incitava aos poetas a versar com calor nos mais variados temas.

A viagem programada para o início da primavera trouxe flores e perfumes para o Trem da Poesia.Um convite especial fora feito à Blanca Bianca, poetisa versátil e muito querida no meio cultural de sua região, para que ela viesse conhecer a animação que estava revolucionando a Poesia do país. Ela chegou acompanhada de um sol primaveril com promessas de bom tempo para a viagem que se seguiria, sem paradas até Pasárgada, o Reino da Poesia.

- Bem-vinda, Blanca! - Marina D'Villandry, a anfitriã da Primavera recebeu a poetisa com belas flores na cor rosa.

Ao embarcar no trem, já alegre em decoração e na satisfação dos passageiros, Blanca sentiu-se muito bem. Instalou-se à janela, sabia ela que melhores inspirações se dão à vista de belas paisagens. Carminha chegou-se à poetisa, cheia de agrados e carinho, a explicar-lhe a dinâmica da viagem/sarau. Começariam a primavera versando o amor, o tema: Amor Perfeito. A Blanca isto lhe pareceu um bom prenúncio, quase um bom presságio, mas ela não quis render-se a estes devaneios.

- Há o que beber nesta festa? - Perguntou em tom matreiro a Carminha que divertia-se em lhe apresentar os demais poetas daquela composição.

Carminha apressou-se a verificar a cozinha do Expresso da Poesia e ver porque demoravam a servir os convidados que chegavam, deixando Blanca entregue às gentilezas de Marina, a delicada poetisa que organizava toda aquela primavera em tão animado trem.
Conversaram as duas escritoras sobre o mote do sarau que se seguia, em meio a passageiros que chegavam, outros a escrever, absortos em suas inspirações, já outros recitando seus poemas acuradamente preparados para serem apresentados. Uma música clássica fazia fundo aos divertimentos e o trem já começava a mover-se.

- Está servida, madame? - Um garçom bastante charmoso oferecia chás, sucos e drinques.

Blanca Bianca sorriu e serviu-se de um chá que conquistou-lhe com um perfume floral, no bom tom daquela estação colorida. Ela ainda ficou a observar o garçom que com desenvoltura e simpatia  desfilava as bebidas pelo salão. Ou era ele quem desfilava? Ela desviou o olhar para a janela, antes que maiores devaneios viessem novamente tentá-la, como fios de uma tecelã ilusão.
 
DECRESÇA A DESCRENÇA

Desta vida de crenças
e sofrimentos vãos
nada quero
reluto

Das muitas lembranças
lavadas de lágrimas
nada quero
depuro

Quero que decresça
a falta de fé
no amor

Nas cores da esperança
renasça o pé
de flor...

Inspiração de criança!


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Capítulo 2 - Flerte

Blanca declamou seu poema, recém-nascido sob a inspiração daquela paisagem passageira, sem pressa, mas mutante num lindo deslizar de verdes campos e brancas nuvens num céu azul. A animação dos amigos, acabou por contagiá-la também e Blanca cantava e ouvia os poetas, num alternância gostosa, ainda pontuada por comes e bebes.

- Servida, madame? - Novamente o garçom lhe sorria aberto e num alçar de sobrancelhas significativo.
Blanca acabava de cantar uma canção regional, lembrança da infância, num impulso perguntou, enquanto servia-se de um vinho especial (original de Pasárgada, havia informado Carminha):
- Você conhece este vinho, já experimentou?
- Sim, madame... É saborosíssimo.
- Estou querendo saber de seus efeitos, será mesmo 'enlouquecedor', como disse Carminha?
O garçom, sorriu e disse apenas:
- Comprove...
E saiu a atender outros convidados, sem deixar de observar Blanca a bebericar o vinho da terra da Poesia.

A poetisa entreteu uma conversa animada com Raul Teodoro, poeta que já conhecia as terras de destino daquela viagem. Era amigo de Rei Ciro ll, a quem definiu como um homem amante da arte e da simplicidade.
Raul contou que Pasárgada era o melhor lugar para se escrever poemas, prosas, letras de canções... Era um lugar realmente mágico e inspirador!
Marina D'Villandry achegou-se para contar que estivera a visitar as terras de Ciro ll e que a Rainha era também uma pessoa boníssima. Na ocasião, Marina conheceu os jardins quase surreais em beleza e cor que circundavam o palácio real. Fora uma visita inesquecível, complementada com a paisagem que seguia-se até lá durante a viagem... A sensação era a de ultrapassar dimensões, da realidade para o mundo mais que perfeito!

Blanca estava radiante por ter esta oportunidade de conhecer o berço da poesia. Tudo estava maravilhoso e a coloração do dia anunciava grandes prazeres e emoções à frente.
- Ei, rapaz... como é seu nome?
- Alfred, madame. Mas todos me chamam Fred.
O vinho especialíssimo estava fazendo efeito em Blanca e ela sentia-se cheia de interesse por tudo, cheia de gás, como diria Carminha, que no momento, orquestrava um coral de vozes bêbadas de alegria num samba-exaltação.
Fred não deixou de notar a alteração produzida pela bebida, na poetisa e a seguia com os olhos enquanto trabalhava.

Mesmo em meio a todo este rebuliço, Blanca sentou-se a sua janela e escreveu:


Eu vou pra Pasárgada

Eu vou pra Pasárgada
lá sou amiga do Rei Ciro ll
Lá passeio pelos jardins quádruplos
perfumo-me nas mais belas flores do mundo

Eu vou pra Pasárgada
lá sou amiga da beleza infinita
Lá floreio versos e rimas ricas
banho-me na inspiração mais bonita

Eu vou pra Pasárgada
lá sou amiga da fantasia
Lá semeio a igualdade das gentes
deleito-me com as mais agradáveis companhias

Eu vou pra Pasárgada
lá sou amiga de todo o mundo
De lá presenteio em nome da Rainha
e faço-me emissária dos respeitos de Ciro ll


......................


3º Capítulo - A noite

A madrugada já ia alta e a poesia ainda se fazia ouvir pelos vagões daquela viajante animação, Blanca estava sentindo-se solta, sem amarras. Combinando bem com o poema que Jair Nadim estava declamando, chamava-se Laços e falava da desenvoltura da vida em desfazê-los, um a um.
A poetisa entregou-se às sensações de felicidade que lhe inundavam e dirigiu-se, resoluta, a Alfred:
- Dança comigo.
O garçom estava descansando encostado ao balcão de bebidas do vagão-restaurante e acompanhava não só Blanca com olhares de atenção, mas também a música. Ele cadenciava os dedos no copo onde servia-se de uns goles de cerveja.
Naturalmente e sem dizer uma palavra, Fred pegou na cintura da poetisa e saiu a dançar com ela pelo pequeno espaço reservado à dança, disputado pelas mesas de jantar.

Blanca cochichou com ele, durante a dança, coisas que nem ela mesma lembrara-se depois. Até mesmo a dança ou a duração desta, Blanca não apreendeu na lembrança. Tudo o que ficou registrado em sua memória foi o beijo. Um beijo desejado naquela liberdade e disposição que o vinho da poesia haviam lhe inspirado. Um beijo que tirou a fala do casal e os transportou direto à cabine de Alfred para consumar-se numa noite de prazer.
Nem mesmo destes momentos a poetisa conseguira retê-los na memória, apenas a sensação voluptuosa e deliciosa de estar nos braços de um homem sedutor e muito interessante. Ali mesmo, entre carícias e beijos, Blanca pode perceber que Fred era uma pessoa de uma personalidade rica não só em mistérios, mas em caráter.
Sua intuição lhe dizia que fora muito bom, deixar-se levar pela bebida e pela poesia e assim, sem restrições de moral ou preconceitos, relacionar-se com o homem mais interessante daquela viagem.

- Então, vai me contar os seus segredos? - Blanca perguntou assim que Fred abriu os olhos e o sorriso, na manhã seguinte.
- Sou um homem sem segredos, poetisa.
E Fred a abraçou enquanto acarinhava os cabelos da poetisa, livremente soltos no travesseiro.
- Isso é que não! Conte-me, Alfred.
- Por que a senhorita acredita que eu, um simples garçom, possua segredos?
- Porque você é muito educado, gentil, inteligente e um ótimo amante para ser um simples garçom.
Fred riu alto.
- Ora, não desdenhe da profissão, senhorita.
- Não há necessidade de chamar-me de senhorita, meu querido.
- Fora desta cabine, precisarei continuar lhe tratando assim. É melhor eu não relaxar neste ponto. E lembrando... Preciso servir o café da manhã.
- Está certo. Mas você sabe que descobrirei tudo. Tudinho sobre você.
- Você voltará à noite, senhorita?
- Depende de como você se comportará durante o dia.
E Blanca saiu da cabine rindo alto, preparada para a sabatina que as poetisas lhe fariam durante o breakfast. Como todos ainda dormiam, Blanca pode escrever...




SOLTA

Adorando a vida, recebo dela
Emoções que atormentam, por vezes
Amores que acrescentam em aquarela
Amigos que se provam em revezes

Cantando a vida, a louvo
Em melodias que me tomam
Em harmonias de renovo
Em sintonias que me afinam

Assim, amo a vida
em franca elegia,
profundamente

Em mim, atrevida
loucura sadia,
vivo animadamente!


........
..........

4º Capítulo - A manhã

À mesa do café da manhã, as amigas de Blanca foram discretas e não perguntaram detalhes da noite na cabine do garçom. Mas demonstravam estar bastante alegres com este encontro inusitado... Blanca ria das brincadeiras de Carminha chamando Fred para servir a mesa de minuto a minuto, tirando dele sorrisos ora tímidos, ora matreiros.

Quem estava com vontade de fazer perguntas era Blanca, ela percebeu olhares cúmplices entre Carminha, Marina e Alfred. Havia um mistério ali...
Aos poucos o trem foi se animando novamente, naquela algazarra poética que Carminha comandava muito bem. A expectativa do dia era a chegada à Pasárgada, após o meio-dia deveriam estar desembarcando.

Blanca aproveitou a concentração do pessoal nas propostas de Clotilde Maria para a manhã da poesia, todos falariam e declamariam a Primavera em Pasárgada, imaginando, relembrando ou exaltando a natureza bela do lugar... A poetisa chamou Marina D'Villandry:
- Minha querida, quem é Alfred, realmente?
- Conheça-o devagarinho. Não perdes por esperar! - Marina foi enfática e carinhosa, abraçando a poetisa. Parecia querer dizer com este gesto que nada mais poderia ser revelado naquele momento. Ou seria Blanca que já estava devaneando, como de costume?

Fred aproximou-se das amigas e lhes ofereceu um aperitivo, dizendo que o almoço não demoraria. Disse que antes do desembarque em Pasárgada ele teria uma folga e gostaria de conversar com Blanca.
Marina lhes sorriu e segurando as mãos de ambos, disse:
- Estamos todos muito felizes com este encontro de vocês, duas pessoas especialíssimas!
Blanca não sabia se sentia-se mais feliz por ter esta afeição bonita por Fred despertando dentro dela ou pela instigação curiosa que aquele clima de mistério estava lhe provocando...

Ela sentou-se à janela e escreveu o poema que declamaria à hora do almoço, deleitando-se com os gramados vistosos de Pasárgada que já podiam ser vistos à distância.
A poetisa Clotilde Maria veio desejar a Blanca felicidades em seu relacionamento com Alfred, que seria plenamente abençoado com a estadia em Pasárgada. Pois apesar de breves, os dias que passariam lá seriam mágicos... Blanca podia apostar nisto!
Havia também um tom malicioso de mistério nas palavras de Clotilde e isto estava deixando Blanca maravilhada!
Ela podia apostar sim, que os bons presságios desta viagem estavam confirmando-se de uma forma divertida...

O almoço foi servido e como o mote festivo estava a cargo de Clotilde, ela levantou um brinde a Blanca e Alfred, obrigando-o a largar as bandejas e servir-se de um champanhe. Ao lado de Blanca, Alfred sussurrou desculpas:
- Perdoe, senhorita. Estas senhoras podem estar entusiasmadas demais, mas é a natureza artística que as faz assim.
- Conheces muito bem o mundo poético, não é? - Perguntou Blanca.
- Bastante, poetisa... O suficiente para apaixonar-me...

Antes que pudesse degustar tão deliciosas palavras, Blanca foi chamada a declamar sua poesia de primavera, o trem já entrava em território de Ciro ll.

PRIMAVERA EM PASÁRGADA

No florido tapete já se vislumbrava
a alegria bulhosa da primavera
Doce perfume no ar também indicava
o prazer da estação em aquarela

Chegamos ditosos nestas terras
onde o Rei é um grande amigo
E a paisagem entre rios e serras
oferece á alma um forte abrigo

Que enlevo e emoção!
A poesia até dançava
airosamente no salão

Que paz no coração!
O sossego reinava
disperso em profusão


.................


5º Capítulo - Desembarque

A emoção foi grande para Blanca, ao sentir o trem diminuindo a marcha, próximo da Estação de Pasárgada. Avistava-se uma festa à frente, os moradores em expectativa, coloridos e alegres, faixas já se mostravam, certamente de boas-vindas.

- Senhorita, queria acompanhar-me... - Fred contornou sua cintura e a conduziu a uma ante-sala da cozinha do trem.
- Sou toda ouvidos, Alfred.
- Ele estava tenso e parecia não querer dizer o que precisava ser dito:
- Logo ao desembarcarmos, você saberá quem sou. E, sinceramente, tenho medo de que me evite depois disto...
Blanca até ficou apreensiva, mas lembrando-se do tom alegre com que as poetisas tratavam este mistério de Alfred, ela decidiu que não era preciso preocupar-se.
- Tudo bem, meu querido. Estou preparada para todas as surpresas! Eu já adivinhava que esta viagem seria mágica!
- Que bom, meu bem! - E Fred a beijou com todo seu sentimento.

Foram interrompidos pelo apito do trem. Estavam chegando à estação, ouviram a banda da cidade e gritos de viva e de bem-vindos. Blanca olhou à janela, não sentia nenhuma vontade de afastar-se de Alfred, pegou sua mão para saírem juntos. Mas ele disse que precisava fechar a cozinha após todos saírem e que ela, devia juntar-se aos poetas.
Blanca obedeceu, devolvendo-lhe o beijo, tão emocionado quanto fora o dele.

Os poetas estavam com suas bagagens a postos, falando todos ao mesmo tempo, numa algazarra festiva. Carminha abraçou Blanca Bianca, dizendo:
- Seja bem-vinda à terra da poesia!
Não houve tempo para nenhuma palavra a mais... Foram sugados pela agitação que se abraçava naquela estação. Pessoas desconhecidas e adoráveis, recebiam o Trem da Poesia com sorrisos e afeto. De repente, abriu-se uma passagem entre as gentes e a comitiva do Rei Ciro ll aproximou-se do saguão principal onde os poetas já se reuniam.

O rei e a rainha estavam na meia-idade e suas expressões eram vivazes e alegres, iguais a seus súditos, que festejavam respeitosamente a presença deles ali, naquele saguão.
Carminha Dias apresentou cada poeta novo, que inaugurava, naquela viagem, a sua estadia em Pasárgada.
Blanca foi apresentada com distinções por ser uma poetisa influente nas divisas da poesia do país, o casal real demonstrou que estavam felizes em conhecê-la pessoalmente... Blanca sentiu uma intrigante familiaridade no rosto da rainha. Seriam mais devaneios seus? Ou mais um especial presságio de que novidades ótimas estariam a sua espera?

Dias mais tarde, depois que a visita de Blanca à terra da poesia findara... Ela escreveu sobre Ciro ll, um soberano que soube arrebatar sua admiração:

O REI POETA

Seu poder inscrevia
em cada edito real
versos cândidos de natural
veia nobre e profunda maestria

Sua lei obedecia
a norma literal
de respeitar todo pessoal
que de inspiração, escrevia

Seu poder atraía
o leitor mais formal
e também o normal
que precisava cura e recebia

Sua lei principal
foi particularmente especial
decretava como prioridade
o amor em qualquer idade

.....

6º Capítulo - Alfred

Ainda no saguão apinhado de saudações aos recém-desembarcados, novamente o povo afastou-se dando passagem a alguém... A rainha adianta-se de braços abertos:
- Filho! é sempre tão bom quando voltas à Pasárgada!

Blanca quase não acredita no que vê. Suas amigas poetisas estão com o rosto em expectativa alegre, mas isto ela pressente pelo frisson que reverbera no ambiente, pois tem os olhos fixos no Príncipe de Pasárgada que aproxima-se em passo lento, simpático mas temeroso...
Era Alfred! Blanca não sabe que reação ela deve esboçar, no fundo está feliz mas não pode demonstrar, a surpresa era avassaladora!
Alfred está vestido com pompa e circunstância e recebe o abraço afetuoso da mãe, sem nunca deixar de perceber todos os pequenos gestos de Blanca, que, na verdade, está quase paralisada de susto...

Alfred lll, tem o nome de seu avô, um soberano que reinou com muita sabedoria, sabendo relacionar-se com seus súditos de igual para igual, colhendo assim, os frutos de uma boa convivência.
Para que no futuro pudesse continuar com eficiência e justeza o legado de seus antecessores, Fred foi criado com bastante simplicidade, embora recebesse toda a educação erudita de um futuro rei...

- Blanca, você aceita-me? - Alfred misturava jocosidade e temor em sua voz, enquanto tomava as mãos da moça entre as suas, num gesto bastante nobre.
- De toda e qualquer forma, meu amor!

O rei e a rainha, entenderam o que se passava, apenas observando o semblante feliz de seu filho. Eles sabiam que, um dia, desembarcaria no Trem da Poesia, a futura nova rainha de Pasárgada. Todo o reino tinha fé de que Alfred faria a escolha certa... A missão daquele expresso tão animado estava, por fim, realizada!

Emoldurado, pendurado acima da cama do casal... Em suíte luxuosa no palácio de Pasárgada, o poema de Blanca Bianca a seu Príncipe, Alfred lll:
 

UM ENCONTRO

Eram meus pares
inquietos, coloridos,
piscavam atrevidos

Eram teus pares
negros, noturnos,
piscavam taciturnos

Um dia, em janelas,
abriram, inspirados,
piscaram enamorados

Um dia, as paralelas
colidiram num encontro,
piscaram um ao outro

Eram duas luzes
confundidas na cor,
piscando o amor!

Anorkinda

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Minha MPB!

Vim fazer a postagem dos vinis que eu curtia na pré-adolescência... ano de 1982 a 1986.

Disco meu mesmo, que perturbei muito até ganhar de presente de aniversário, apenas este :


Fonte de lágrimas, poesia e inspiração pra vida toda.

Já este, não me deixou em paz enquanto não decorei todas as canções e as transcrevi num caderninho, porque eu não tinha o disco, gravei em fita-cassete, quando consegui o vinil emprestado de meu primo:

 
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Destes fenomenais intérpretes e compositores, meu irmão tinha alguns discos, que eu furei de tanto ouvir e re-ouvir:
 
 




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Já da coleção de meu pai, eu escolhi estes pra cantar junto ^^ :


 

 Ruy Maurity aparecia bastante na televisão, acho que por isso meu pai comprou o vinil, talvez para agradar minha mãe... mas na verdade, ninguém curtia, além de mim, claro! Ainda tenho todo o lado A na ponta da língua!

 
Este vinil do Wando também era pouco apreciado em casa, só rolava a famosa... mas eu esquadrinhei ele até arranhar o pobre... amo até hoje!
 
 
para poder ouvi-lo novamente, descobri o site:
 
 
Muito bom mesmo, todo seu trabalho!
Valeu pela música, pela poesia e pelo carisma, Wando!

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Oração Mohawk


Prece para a grande Família - GRATIDÃO
(Antiga oração Mohawk)
Honrando as nossas Relações

A nossa gratidão para a Mãe Terra
que navega segura no dia e na noite
e para o seu rico, raro e doce solo.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

A nossa gratidão para as Plantas, para as folhas de colorido mutante
e para as raízes sinuosas que permanecem quietas no vento e na chuva
ou dançam na ondulação espiralada das sementes.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

Gratidão para o Ar que sustenta a suave andorinha
e a silenciosa coruja ao amanhecer de um novo dia,
como o sopro das canções e a brisa do claro espírito.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

A nossa gratidão para os seres selvagens que são também nossos irmãos,
que nos ensinam os mistérios e os caminhos da liberdade
e compartilham conosco de suas vidas, com coragem e beleza.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

A nossa gratidão para a Água das nuvens, dos lagos,
dos rios e das geleiras, cristalizada ou liquefeita,
fluindo alegre através de nossos corpos as suas marés salgadas.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

A nossa gratidão para o Sol que nos acorda ao amanhecer,
luz que pode cegar, brilho que pulsa através dos troncos das árvores,
clareia as neblinas e tremeluz nas grutas quentes
onde dormem os ursos e as serpentes.
Que seja assim nos nossos pensamentos.

A nossa gratidão ao Grande Céu que guarda em si bilhões de estrelas
e que vai além de todos os pensamentos e poderes e, no entanto,
faz parte de nós. Avó Espaço, a Mente é a sua companheira.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012



Olá!
Voltei à poesia, mas não ao blog... sorry...sorry...

Venho trazer uma mensagem, que espero que ajude a este pequeno diário, quem sabe ele ganha movimento!

Abraços!


Tudo que precisamos é ter clareza na intenção e as oportunidades aparecerão sozinhas.

Imagine que...
...você é um fio da linha cósmica conectado a todos os outros fios.
...existem significados e propósitos em tudo o que acontece e em tudo que você faz.
...você enxerga o significado oculto por traz dos eventos.
...você vê o que os outros vêem e consegue sentir o que os outros sentem.
...a resposta certa vem espontaneamente a você sempre que se vê diante de qualquer pergunta.
...cada pensamento, cada palavra pronunciada, cada ato praticado, traz algum benefício ao mundo.
...você consegue perceber infinitas possibilidades em qualquer ocasião.

Deepak Chopra

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domingo, 1 de janeiro de 2012

FELIZ 2012! (Mensagem Hopi)



Mensagem dos anciões Hopi sobre o 2012

Vocês estão anunciando que esta é a 11º hora. Agora, regressem e anunciem que esta é a hora.

Algumas questões que devem ser contempladas:

► Onde estás vivendo?

► O que você está fazendo?

► Quais são as tuas relações?

► Onde está tua água?

► Conheça o teu jardim.

► É o tempo de falar a verdade.

► Criar a tua comunidade.

► Sejam justos uns com os outros e não busque um líder fora de ti.

Este poderia ser um bom momento! Há um rio fluindo rapidamente, é tão grandioso e suave que muita gente poderá estar assustada. Tentarão agarrar-se nas suas margens. Sentirão arrancando-os e sofrerão enormemente. Saibam que este rio tem o seu destino.
Os anciões dizem que devemos soltar-nos das margens, e empurrar-nos para o centro do rio, manter os olhos abertos, e a nossa cabeça por cima da água.
Veja quem está ai contigo e celebre. Neste momento da história não devemos tomar nada pessoalmente, sobre tudo a nós mesmo! No momento em que o realizamos, nosso crescimento chega a um alto no caminho.
Já passou o tempo do lobo solitário. Reúnam-se!
Elimine a palavra luta da tua atitude e vocabulário. Nós somos aqueles que sempre estivemos esperando.

The Elders Os Anciões - Oraibi, Arizona - Hopi Nation