sábado, 8 de outubro de 2011

Florbela e Fagner

Procurei saber quais os poemas de Florbela "Carinho"(Espanca), Fagner musicou.

Aqui estão elas:




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E mais estes dois poemas que eu não encontrei no youtube:


TORTURA

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Florbela Espanca

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Impossível

Disseram-me hoje, assim, ao ver-me triste:
“Parece Sexta-Feira de Paixão.
Sempre a cismar, cismar de olhos no chão,
Sempre a pensar na dor que não existe…

O que é que tem?! Tão nova e sempre triste!
Faça por estar contente! Pois então?!…”
Quando se sofre, o que se diz é vão…
Meu coração, tudo, calado, ouviste…

Os meus males ninguém mos adivinha…
A minha Dor não fala, anda sozinha…
Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!…

Os males de Anto toda a gente os sabe!
Os meus …ninguém… A minha Dor não cabe
Em cem milhões de versos que eu fizera!…

Florbela Espanca

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