quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PRIMEIRO CONTO




Ah..... tô feliz!


Meu primeiro conto de verdade...recebeu a 3ª Colocação no Concurso da Comunidade de Orkut : †Historias,Contos de Terror†®





Eu não costumo escrever coisas horrorosas...hehehe Mas a Comunidade é muito acolhedora e eu conseguindo colocar humor no horror, fico satisfeita!
Vejam o premiado...ahhh Conto fofinho da mamãe!

MEU MEDO DE RIR


Comprovadamente sou geliofóbico. O pânico me acomete em ondas de suor e tremedeira ao primeiro sinal que o sorriso me dá, querendo expandir-se.
Causa-me repúdio tanta apelação ao riso hoje em dia, na mídia, nas ruas, até mesmo em livros. Tortura auto-imposta, esta doença foi desenvolvida por mim desde quando me posso lembrar.
Passeando, certa vez, tenra idade, com a família, quase ri de um tombo, não lembro quem caiu, mas não esqueço do movimento involuntário de minha boca a abrir-se e quase produziu o som da gargalhada.
Consegui conter a tempo, na força de vontade férrea, os olhos cravados no olhar do pai, que prometia castigos de forma veemente sem precisar de palavras.
Realmente não sei quando percebi que era proibido rir naquela casa que era minha, naquela família exemplar, tão numerosa, carinhosa, mas sem senso de humor.
Eu poderia ter seguido a vida seriamente, como meus irmãos, sem risos mas também sem pavores. Mas algo em mim se revolta e anseia pela gargalhada nunca sôlta. Isto me atormenta. Me faz vigiar-me dia e noite. Temo até a inconsciência do sono...e se eu gargalhar durante um sonho? Não durmo direito. Vigio cada imagem onírica perscrutando sua ironia ou zombaria, qualquer detalhe que me instigue a rir.
Não sei e não posso imaginar o que me aconteceria se eu falhasse nesta vigilância. Morrer? Seria bom se eu morresse ao rir...mas acredito que não seria esta a consequência. O que seria, então?
Tremo e não respondo...Suo. Taquicárdico procuro distração.
Moças passam perto de minha janela, estão rindo animadamente de algum detalhe bizarro em suas cotidianas juventudes de estudantes. Tapo os ouvidos. As risadas ecoam em meu cérebro, transformam-se em sons estridentes, zumbidos, agonia.
O que aconteceria?
Fecho a janela, cerro a vidraça. As risadas ecoam agora em tom grave...parece uma voz solitária e masculina que ri, ri gostosamente... Ouço estupefato...sou eu...Tremo. Suo. Aconteceu!

Anorkinda


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Um comentário:

Márcia Poesia de Sá disse...

Não imaginava...hoje passei por mais de hora aqui e ali, ali e acolá...sorri, me emocionei, relembrei enfim, vim e tive tempo de ficar! Amei ler os contos.

Beijo.